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4 Erros que o (a) Sucessor (a) deve evitar se quer se tornar um (a) Gestor (a) de Sucesso no negócio da Família

Confira neste artigo escrito por nossa especialista Julia Cavalheri Tittoto, 4 erros que você deve evitar ao assumir o negócio de família, claro, se você quiser ser um gestor (a) de sucesso.

Vamos para o primeiro erro que você precisa esquivar-se:

Atuar no negócio familiar por influências externas e não por motivações próprias.

Você pensa em atuar no negócio da sua Família? Por quais motivos? Ou, se já atua, o que te levou a fazer essa escolha? Esse é um questionamento que eu sempre faço à alunos e mentorados.

Geralmente, eles me respondem: "Meus avôs começaram tudo, meu pai e meus tios deram sequência, eu preciso continuar!"; "Minha Família trabalha neste ramo há um bom tempo, é um mercado que está super em alta e tem muito potencial de crescimento!".

Olhando para estas respostas, podemos perceber que as motivações para tal escolha são fatores externos (tradição da família, mercado em alta, amigos também fazem, entre outros fatores que geralmente aparecem).

Eu sou neta, filha e sobrinha de Agricultores, cursei Agronomia e, por cerca de 2 anos e meio, cheguei a trabalhar no negócio da família. Porém, por mais que meu esforçasse, eu não conseguia atender as expectativas, e me sentia frustrada e triste.

A sensação que eu tinha era que estava forçando um "sapato que não cabia no meu pé", fazia muito mais para agradar o meu pai, do que por um querer interno. Eu não era realizada profissionalmente. Eu tenho um respeito e admiração enorme pela Agricultura, afinal, sou fruto deste meio, mas eu, Julia, não me encontrei ali.

Divido parte da minha história com vocês, porque, hoje, atuando em Projetos de Sucessão Familiar, vejo o quanto isso é comum. Podemos nos sentir pressionados internamente, por ouvirmos dos nosso pais "Eu criei essa empresa para os meus filhos!".

É claro que devemos considerar o nosso ambiente e influências, e as tendências e necessidades de mercado, nas nossas escolhas profissionais, porém não recomendo se basear somente nelas. Se o propósito da empresa da Família (o que ela faz, a razão dela existir), não estiver alinhado com os seus, se isso não tiver um significado valoroso para você, você terá mais dificuldades de superar os desafios, que certamente virão.

Pense na empresa da sua Família como uma das opções que você tem em meio as oportunidades do mercado e reflita: se essa empresa não fosse da sua Família, você escolheria trabalhar nela? Você se candidataria a tal vaga? Por quais motivos? Se a maioria dos motivos, forem quereres internos, vá em frente e dê o seu melhor para a empresa!

 

Falta de comunicação e alinhamento de expectativas.


Já tive oportunidade de acompanhar casos em que os Gestores Atuais e a Nova Geração se sentaram, conversaram e, de forma madura, alinharam suas expectativas e encontraram um meio de atender os interesses e satisfazer ambas as partes.

Um exemplo, o pai atuava há anos com produção de cana-de-açúcar, porém o filho não tinha muito gosto por essa cultura. No entanto, a veia empreendedora estava presente no filho, era perceptível. Reconhecendo isso, o pai passou a encorajar o filho a procurar alternativas.

Após esses alinhamentos, estudo de mercado, planejamento e contatos com pessoas da área para trocar informações, optaram por abrir uma empresa de produção e industrialização de palmito, que ficou sob a responsabilidade e administração do filho, aproveitando assim áreas da propriedade que estavam paradas.

Falta de organização e divisão das responsabilidades.

Certa vez, um aluno comentou comigo que o irmão dele, que também está envolvido na Gestão da Empresa, acha ruim quando ele o pede para fazer algo, que o irmão é "meio folgado" e não cumpre com suas obrigações, e isso acaba o sobrecarregando.

Eu o questionei: Vocês já se sentaram para conversar sobre isso? Como está organizada a Gestão da empresa? Qual é a sua função e responsabilidades no negócio? Quem pode te cobrar das suas responsabilidades? E qual é a função e responsabilidades do seu irmão? Quem pode cobrá-lo das responsabilidades dele? Vocês têm isso claro? Alinhado entre seu Pai e vocês??. Ele me respondeu: ?Não!. Eu conclui: Então, é importante que você fale com seu pai e vocês marquem para conversarem e organizarem isso!.

Essa é uma situação delicada e desconfortável de lidar, o que leva muitas pessoas, a fugirem dela.

Na tentativa de evitarem o "conflito" e manterem suas relações, elas adotam uma postura passiva, abrindo mão de fazer o que é necessário, neste exemplo, o Gestor, que no caso é o pai, distribuir e delegar as responsabilidades adequadamente e cobrar os responsáveis, se houver necessidade.

Porém, isso é uma ilusão. Se nada for feito e continuar assim, possivelmente aumentarão os conflitos familiares e a continuidade e sustentabilidade da empresa será prejudicada.

 Chegar na empresa da Família e achar que vai mudar tudo, inovar de um dia para outro.

É muito comum os jovens, recém formados, ou depois de um tempo atuando em outras empresas, chegar na empresa da Família e já querer logo de cara trazer as inovações que aprenderam na Faculdade e nas suas experiências profissionais.

Porém, acabam se deparando com a resistência dos Gestores atuais. Eu mesma já passei por isso, quando atuei na propriedade da Família, e ouço muito essa reclamação dos alunos e mentorados.

Acontece que muitos se esquecem de considerar algo muito importante, a necessidade de respeitar, além da hierarquia de cargos, a hierarquia de tempo. De acordo com Bert Hellinger, filósofo e terapeuta alemão, quem chegou primeiro tem precedência.

Na prática, isso significa que quem chegou depois, os mais novos, devem respeitar os mais antigos. Respeito no sentido de compreender que a empresa tem uma história. Já conversou com seu avô, pais, tios para saber quantos perrengues, calotes, rasteiras eles levaram na vida? Quantos erros eles cometeram?

É natural que eles tenham uma postura conservadora! Você não vai conseguir mudar a realidade do negócio tão rápido quanto pensa! E isso é bom!

Primeiro, aproveite ao máximo as experiências que eles têm, essa é a sua maior herança! Pergunte, ouça, aprenda, comece fazendo do jeito deles, mesmo que você saiba que existe uma maneira mais eficiente de fazer.

Aos poucos, você vai sugerindo mudanças, com humildade, por exemplo: Nossa Pai, quantas coisas o Sr. conquistou, mesmo tendo pouco estudo! Que orgulho! Pai, no meu estágio eu acompanhei o Sr. João e ele usava o controle biológico somado ao químico para controle da lagarta, com isso, o controle dele era mais eficiente do que o nosso e gastava X reais a menos, o que o Sr acha que experimentarmos aqui? Posso fazer em uma parcela da propriedade e nós avaliamos o resultado? Se der certo, expandimos para as demais áreas!.

Você pode contar também com a ajuda de terceiros para convencê-lo. É comum os nossos pais ouvirem mais Consultores externos, os vendedores da Cooperativa, por exemplo.

Então, por que não pedir a ele para dar um toque no seu pai sobre algum produto ou serviço novo que surgiu no mercado e que pode ser muito bom para o negócio de vocês?

Às vezes, é necessário deixar o ego, a necessidade de reconhecimento de lado, e focar no mais importante, que é o resultado do negócio, a sua sustentabilidade no longo prazo.

Conclusão

Não basta ser da Família! Você precisa ter consciência de que você só irá ser respeitado na empresa pelos seus familiares e pelos funcionários, se você se posicionar e se comportar como um profissional, mostrar que você está lá ocupando aquela vaga por sua competência e não por ser "filho do dono". E enxergar que você precisará se desenvolver continuamente, para entregar resultado naquilo que se propôs a fazer e se tornar um(a) Gestor(a) de sucesso!

Gostou deste conteúdo? Continue com a gente para aprender mais sobre gestão de pessoas e empresas. Vejo você na próxima!


Julia Cavalheri Tittoto - Consultora e Educadora Corporativa, com foco em Formação e Desenvolvimento de Líderes de Alta Performance, Sucessão Familiar, Desenvolvimento de Carreira, Reestruturação Organizacional e Mapeamento de Processos. Experiência de 12 anos no mercado Agro, tendo vivência em Associação do Setor, Propriedade Rural de terceiros e da família. Professora do MBA de Agronegócio da FGV Management. Coach e Treinadora de Líderes com formações pelo IBC e Instituto Liana Gomes. Graduada em Engenharia Agronômica pela FCAV/UNESP Jaboticabal e Mestre em Administração de Organizações pela FEA-RP/USP.

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